Seminário discute soluções para minimizar efeitos da crise climática na Bacia do Rio Doce


12 jun/2024

Com a proposta de apresentar sugestões para mitigar os impactos da crise climática, foi realizado, nesta segunda-feira (10), em Governador Valadares, o seminário técnico Crise Climática em Minas Gerais: desafios na convivência com a seca e a chuva extrema. Representantes dos CBHs Doce, Santo Antônio e Suaçuí marcaram presença no seminário. O evento foi promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e reuniu representantes do setor, deputados, sociedade civil e demais convidados.

O seminário foi aberto à participação do público e teve como objetivo promover discussão sobre o clima na Bacia do Rio Doce e a situação perante a crise climática, além de apresentar boas práticas para a convivência com os desafios ambientais, que podem prevenir os estragos causados pelas chuvas extremas.

Representaram os comitês de bacia hidrográficas, o secretário do CBH Doce, Flamínio Guerra; presidente do CBH Santo Antônio, Gisleno Martins; conselheira do CBH Suaçuí, Lucinha Teixeira; conselheiro do CBH Suaçuí Fúlvio Cupolilo, e conselheiro do CBH Doce, Afonso Bretas. “Evento oportuno para falar de algo que está acontecendo diante dos nossos olhos. O CBH Doce juntamente com os comitês afluentes tem acompanhado os impactos das mudanças climáticas. Muitas das nossas ações têm o objetivo de mitigar esses impactos como a Iniciativa Rio Vivo, através do cercamentos de nascentes, investimentos no Sistema de Alerta de Cheias e projetos de saneamento básico”, ressaltou Flamínio.

Estação seca prolongada e chuvas mais fortes 

Representando o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), o professor e membro do CBH Suaçuí, Fúlvio Cupolilo apresentou o cenário climatológico da Bacia do Rio Doce.

Em sua apresentação, Fúlvio atestou que o verdadeiro problema é o aumento da duração da estação seca (de abril a setembro) enquanto a quantidade de chuva ainda se mantém na média na estação chuvosa (outubro a março). Ou seja, a chuva está cada vez mais concentrada em um período menor, com chuvas mais fortes e maior capacidade de destruição. “Estou preocupado com a redução da estação chuvosa. A seca não tem solução, pois não está no solo, está no céu. Tem que acabar com o uso e ocupação desordenado do espaço urbano” alertou. 

As propostas apresentadas pelos participantes do evento poderão se desdobrar em pedidos de providências para autoridades, projetos de lei na ALMG. De acordo com o presidente do CBH Santo Antônio, Gisleno Martins, os efeitos nocivos das mudanças climáticas precisam ser debatidos nos comitês de bacia. “Temos o recente acontecimento no Rio Grande do Sul, que serve de exemplo para todos. A diretoria do Comitê precisa levar esses assuntos para as reuniões plenárias a fim de buscar soluções para enfrentar esse problema”, resumiu.